Micronutrientes e Imunidade: Qual a relação?

Nos últimos meses, mais do que nunca, o adequado suporte imunológico se mostrou fundamental, sendo que a nutrição é uma importante aliada, pois alguns nutrientes são fatores-chave para o funcionamento efetivo das barreiras físicas e células imunológicas. Nesse contexto, destacam-se os micronutrientes imunomoduladores, como as vitaminas C e D e os minerais zinco e selênio, que precisam estar nas concentrações ideais para apoiar a função imunológica, de forma a promover a homeostase do organismo.

Consumo de vitaminas e minerais na população brasileira Atualmente, a deficiência de micronutrientes é considerada um problema de saúde pública global, inclusive no Brasil. Alguns estudos foram conduzidos com a população brasileira, assim, demonstrando uma alta insuficiência do consumo de vitaminas A, C, D e E, além de minerais como selênio, zinco, ferro e cálcio (CEMBRANEL et al., 2017; TURECK, C. et al., 2017)

Relação entre micronutrientes e imunidade

Levando em consideração a elevada prevalência de deficiência nutricional na população, pensar em promover a função imunológica é sinônimo de adaptar os seus níveis corporais, desse modo, contribuindo para a redução do risco de infecções por diversos patógenos e também apoiando uma recuperação otimizada. Pelo fato de o consumo estar inadequado, além de estratégias nutricionais para melhorar a alimentação dos indivíduos, a suplementação desses nutrientes pode ser uma aliada para promover um melhor estado de saúde. Esta é indicada, principalmente, em grupos de risco, para uma maior depleção deles, como obesos, idosos, fumantes ou expostos à poluição e ao estresse.

Vitamina D

A deficiência de vitamina D é altamente prevalente na população e, devido à baixa quantidade de fontes alimentares somada ao estilo de vida indoor da maioria das pessoas, a suplementação torna-se aliada da adequação da concentração sérica deste importante micronutriente, principalmente, no contexto da imunidade. Isso porque ela atua na tolerância imunológica, estimulando a diferenciação de células T regulatórias e promovendo modulação do balanço do Th1 e Th2. Além disso, quase todas as células de defesa, como neutrófilos, macrófagos, células dendríticas e outras, expressam o VDR funcional, assim, demonstrando a importante atuação desta vitamina na imunidade. Um estudo randomizado e controlado por placebo, conduzido em idosos, apresentou benefícios da suplementação de vitamina D na resposta à vacinação da Influenza e nas funções imunológicas: no grupo de intervenção, a razão entre Th1/Th2 foi menor, assim como os níveis de TNFα e IL-6, enquanto houve um aumento do TNFβ, demonstrando que a suplementação com esta vitamina parece direcionar a polarização dos linfócitos para uma resposta imune tolerogênica (GONCALVES-MENDES et al., 2019). Uma revisão conduzida por Charoenngam e Holick (2020) demonstra que a baixa concentração de vitamina D está associada ao maior risco de doenças e desordens relacionadas ao sistema imunológico, inclusive, ao novo coronavírus.

Vitamina C

A vitamina C exerce efeitos na sinalização das células imunológicas, tanto nas da imunidade inata quanto nas da adaptativa, também agindo na regulação epigenética, regulando a desmetilação do DNA. Ela suporta, ainda, a função de barreira epitelial contra patógenos e protege a pele do estresse oxidativo. A vitamina C se acumula nas células fagocíticas, aumentando a quimiotaxia, a fagocitose, a geração de espécies reativas de oxigênio, ocasionando a morte do patógeno. Ela também atua na diferenciação e proliferação de células B e T, provavelmente, devido aos seus efeitos reguladores de genes. Além disso, possui um importante efeito antioxidante. A sua deficiência resulta em uma piora do status de imunidade do indivíduo, sendo sua suplementação associada à prevenção e ao tratamento de infecções respiratórias.

Selênio

O selênio é um mineral essencial ao adequado funcionamento de diversas enzimas antioxidantes, como a glutationa peroxidase, atuando na resistência a infecções virais e desempenhando um importante papel imunomodulador (ELMADFA; MEYER, 2020). A sua deficiência está relacionada com redução da imunidade adaptativa e inata, exacerbação da inflamação e vulnerabilidade na defesa do organismo contra patógenos. Sua suplementação, segundo Gombart, Pierre e Maggini (2020), pode ser usada como terapia adjuvante segura em infecções virais.

Zinco

A deficiência de zinco é prevalente na população e está associada com maior prevalência de infecções virais. Os linfócitos T são os mais impactados pela falta de zinco, que é necessário para a maturação e no equilíbrio das diferentes subpopulações dessas células. Ele também exerce um papel fundamental na regulação de enzimas antioxidantes, além de ser essencial para a manutenção da barreira intestinal, que também tem função imunológica, atuando na expressão da 3-claudina e da ocludina, importantes proteínas associadas à imunidade (READ et al., 2019).

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REFERÊNCIAS

CARR, A. C.; MAGGINI, S. Vitamin C and Immune Function. Nutrients, v.9, v.11, p.1211, 2017. Disponível em: &lt; https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29099763/&gt; . Acesso em 15 set. de 2020. CEMBRANEL, F. et al. Relação entre consumo alimentar de vitaminas e minerais, índice de massa corporal e circunferência da cintura: um estudo de base populacional com adultos no Sul do Brasil. Cardenos de Saúde Pública, v.33, n.12, 2017. Disponível em: &lt; http://cadernos.ensp.fiocruz.br/csp/artigo/318/relacao-entre- consumo-alimentar-de-vitaminas-e-minerais-indice-de-massa-corporal-e-circunferencia-da-cintura-um-estudo- de-base-populacional-com-adultos-no-sul-do-brasil&gt;. Acesso em 15 set. de 2020. CHAROENNGAM, N.; HOLICK, M.F. Immunologic Effects of Vitamin D on Human Health and Disease. Nutrients, v.12, n.7, p.2097, 2020. Disponível em: &lt; https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32679784/&gt;. Acesso em 15 set. de 2020. ELMADFA, I; MEYER, A.L. The Role of the Status of Selected Micronutrients in Shaping the Immune Function. Endocr Metab Immune Disord Drug Targets, v.19, n.8, p.1100-115, 2019. Disponível em: &lt; https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31142256/&gt; Acesso em 15 set. de 2020. GANDIA, P. et al. A bioavailability study comparing two oral formulations containing zinc (Zn bis-glycinate vs. Zn gluconate) after a single administration to twelve healthy female volunteers. Int J Vitam Nutr Res, v. 77, n.4, p.243-248, 2007. Disponível em: &lt; https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/18271278/&gt; Acesso em 15 set. de 2020. GOMBART, M. A.F.; PIERRE, A.; MAGGINI, S. A Review of Micronutrients and the Immune System- Working in Harmony to Reduce the Risk of Infection. Nutrients, v.12, n.1, p.236, 2020. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7019735/ Acesso em 15 set. de 2020. GONCALVES-MENDES, N. et al. Impact of Vitamin D Supplementation on Influenza Vaccine Response and Immune Functions in Deficient Elderly Persons: A Randomized Placebo-Controlled Trial. Front Immunol., v.10, p.65, 2019. Disponível em: &lt;https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30800121/&gt;. Acesso em: 15 set. de 2020. MAGGINI, S.; PIERRE, A.; CALDER, P.C. Immune Function and Micronutrient Requirements Change over the Life Course. Nutrients, v.10, n.10, p.1531, 2018. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6212925/. Acesso em: 15 set. de 2020. MIYOSHI, Y.; TANABE, S.; SUZUKI, T. Cellular zinc is required for intestinal epithelial barrier maintenance via the regulation of claudin-3 and occludin expression.. Am J Physiol Gastrointest Liver Physiol, v.311, n.1, p.G105-16, 2016. Disponível em: &lt; https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27151944/ &gt; Acesso em 15 set. de 2020. READ, S. A. et al. The Role of Zinc in Antiviral Immunity. Adv Nutrn, v.10, n.4, p.696-710, 2019. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31305906/ Acesso em 15 set. de 2020. TURECK, C. et al. Avaliação da ingestão de nutrientes antioxidantes pela população brasileira e sua relação com o estado nutricional. Rev Bras Epidemiol., v.20, n.1, p.30-42, 2017. Disponível em: &lt; https://www.scielo.br/pdf/rbepid/v20n1/1980-5497-rbepid-20-01-00030.pdf &gt; Acesso em 15 set. de 2020. VANHERWEGEN, A.; GYSEMANS, C.; MATHIEU, C. Regulation of Immune Function by Vitamin D and Its Use in Diseases of Immunity. Endocrinol Metab Clin North Am, v.46, n.4, p.1061-1094, 2017. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29080635/.

Ômega 3

Benefícios do ômega-3 na Síndrome de Ovários Policísticos (SOP)

SOP é a sigla para a Síndrome dos Ovários Policísticos, uma condição que atinge cerca de 4 a 8% das mulheres em idade reprodutiva. Alguns autores acreditam que existam determinados fatores de risco para o desenvolvimento da SOP, como a genética, a presença de obesidade, a epilepsia, a diabetes, o elevado peso ao nascer, a puberdade precoce, entre outros.

As principais características da SOP são hiperandrogenismo (excesso de testosterona circulante), anovulação, ciclo menstrual ausente ou irregular, hirsutismo, acne, alopecia, seborreia, infertilidade e, na maioria dos casos, resistência à insulina e sobrepeso/obesidade. Além disso, algumas mulheres apresentam dislipidemia, com aumento de triglicerídeos e redução de HDL-c.

Devido à sua prevalência cada vez maior e aos riscos que pode ocasionar a médio e longo prazo, diversos pesquisadores estudam estratégias para reduzir os sintomas e melhorar os parâmetros da SOP. Uma das mais estudadas é a suplementação com o ômega-3, uma gordura poli-insaturada com ação anti-inflamatória.

Silva et al. (2019) realizaram uma revisão sistemática em que avaliavam o efeito da suplementação de ômega-3 na resistência à insulina em mulheres com SOP, com idade entre 18 a 45 anos, com Índice de Massa Corporal (IMC) classificado entre sobrepeso e obesidade. A conclusão do trabalho revelou que o grupo de mulheres suplementando com o ômega-3 teve melhora do índice HOMA-IR.

Já Forouhi et al. (2015) conduziram uma meta-análise em que avaliaram os benefícios do ômega-3 em mulheres com SOP. No grupo suplementado, houve redução das concentrações de testosterona. Outro estudo, por sua vez, realizado por Khani et al. (2017), demonstrou que mulheres que receberam a suplementação de 2g de óleo de peixe (180mg de EPA e 120mg de DHA) tiveram a redução da circunferência de cintura, o aumento do HDL-c e a redução do colesterol total, do LDL-c e dos triglicerídeos.

Por fim, destaca-se uma meta-análise e revisão sistemática elaborada por Yang et al. (2018) avaliando a eficácia da suplementação de ômega-3 na SOP. O grupo de mulheres que recebeu a intervenção teve melhora dos níveis de insulina, colesterol total, LDL-c e triglicerídeos, além de aumento dos níveis de adiponectina.

A Naiak traz em sua linha de produtos o Ômega-3 Supra, com maior concentração de ômega-3 por cápsula: 330mg de EPA e 220mg de DHA, além de conter selo IFOS, assim, garantindo pureza e qualidade do óleo de peixe! 

 

REFERÊNCIAS

SIRMANS, S.M. et al. Epidemiology, diagnosis, and management of polycystic ovary syndrome. Clinical Epidemiology, v.6, n.1, 2014.
SILVA, A. R de A. et al. Efeitos da suplementação de ômega 3 na resistência à insulina em mulheres com síndrome do ovário policístico: revisão sistemática. HU Revista, v. 45, n. 2, p. 195-202, 2019.
FOROUHI, N.; SHAB-BIDAR, S.; DJAFARIAN, K. Effect of omega-3 fatty acids supplementation on testosterone levels in women with polycystic ovary syndrome: Meta-analysis of randomized controlled trials. Journal of Nutritional Science and Dietetics, v. 1, n.3, 2015.
KHANI, B.; MARDANIAN, FFESHARAKI, S.J. Omega-3 supplementation effects on polycystic ovary syndrome symptoms and metabolic syndrome. Journal of Research in Medical Sciences, v. 22, n.64, 2017.
YANG, K. et al. Effectiveness of Omega-3 fatty acid for polycystic ovary syndrome: a systematic review and meta-analysis. Reproductive Biology and Endocrinology, v. 16, n. 1, p. 17, 20